Cartão de crédito ou empréstimo pessoal: qual escolher em momentos de aperto?

Quando o orçamento aperta e o dinheiro parece não dar conta de todas as contas, muitas pessoas se veem diante de um dilema financeiro: usar o cartão de crédito ou contratar um empréstimo pessoal?
Ambas as opções envolvem crédito e cobrança de juros, mas cada uma funciona de forma diferente e pode ser mais adequada dependendo da situação.
Neste artigo, vamos explicar de maneira simples e prática quando faz mais sentido usar o cartão de crédito e quando o empréstimo pessoal pode ser a melhor saída. Entenda os prós, os contras e as estratégias para tomar a decisão certa em momentos de aperto financeiro.
Entendendo as diferenças básicas
Antes de tudo, é importante compreender como cada opção funciona:
💳 Cartão de crédito:
É uma forma de pagamento onde você gasta agora e paga depois. As compras ficam registradas em uma fatura mensal. Caso você não pague o valor total, entra no crédito rotativo, que tem os maiores juros do mercado.
💰 Empréstimo pessoal:
Você solicita um valor ao banco ou instituição financeira, que libera o dinheiro na sua conta. A devolução é feita em parcelas mensais com juros, já acordadas no momento da contratação.
Quando usar o cartão de crédito?
O cartão de crédito pode ser vantajoso em situações específicas, principalmente quando:
✅ Você tem controle financeiro e vai pagar a fatura integral
Se você está apertado, mas ainda consegue organizar seus gastos e quitar a fatura integral na data certa, o cartão pode ser útil. Ele adianta o pagamento, permite organizar as contas e ainda pode oferecer cashback, milhas ou pontos.
✅ A compra pode ser parcelada sem juros
Se uma despesa importante surgiu e o cartão permite o parcelamento sem juros, essa pode ser uma boa opção. É importante apenas garantir que o valor das parcelas cabe no seu orçamento mensal.
✅ O valor da compra é pequeno
Para emergências de baixo valor, como conserto de eletrodoméstico, farmácia ou mercado, o cartão pode ser mais prático. Mas atenção: não acumule muitos parcelamentos pequenos, pois juntos eles podem comprometer boa parte do seu limite.
Quando o cartão de crédito NÃO é uma boa ideia?
Mesmo sendo prático, o cartão deve ser evitado em algumas situações:
❌ Você não tem como pagar a fatura total
Pagar apenas o mínimo ou atrasar o pagamento leva ao crédito rotativo, cujos juros podem passar de 400% ao ano. Isso é uma das principais causas de endividamento no Brasil.
❌ Você já está com o limite comprometido
Se boa parte do seu limite já está ocupada por parcelamentos ou gastos anteriores, usar mais o cartão pode desequilibrar ainda mais o orçamento.
❌ Você precisa de dinheiro em mãos
Saque com cartão de crédito (crédito à vista) tem taxas altíssimas e juros abusivos. Em casos assim, é melhor buscar outras formas de crédito.
Quando o empréstimo pessoal é a melhor escolha?
Embora envolva cobrança de juros, o empréstimo pessoal pode ser uma opção mais vantajosa que o uso do cartão em alguns cenários:
✅ Você precisa de um valor maior
Se o seu problema financeiro envolve dívidas acumuladas, conserto do carro, reforma da casa ou emergência médica, o empréstimo pessoal é mais indicado. Você consegue ter o dinheiro em mãos e ainda escolher o número de parcelas e valor das prestações.
✅ Você quer pagar uma dívida com juros mais altos
Trocar dívidas do cartão de crédito (rotativo) ou cheque especial por um empréstimo com juros menores pode ser uma estratégia inteligente, chamada portabilidade de dívidas.
✅ Você precisa de mais prazo para pagar
O empréstimo pode ser dividido em até 24, 36 ou até 60 parcelas, dependendo do banco. Isso oferece previsibilidade e organização no orçamento.
Quando evitar o empréstimo pessoal?
Mesmo sendo mais barato que o cartão em alguns casos, o empréstimo também pode ser perigoso:
❌ Você está pegando dinheiro para gastos supérfluos
Se o empréstimo for usado para viagens, compras não urgentes ou consumo exagerado, ele se torna uma dívida desnecessária. Isso compromete o futuro financeiro sem resolver um problema real.
❌ Você já está muito endividado
Fazer um novo empréstimo para pagar outro pode virar uma “bola de neve”. Nessas horas, é melhor procurar uma negociação com o banco ou entrar em contato com o Serasa Limpa Nome para reduzir sua dívida.
Comparando os custos: juros do cartão vs. empréstimo
Vamos a um exemplo prático para mostrar a diferença de juros:
- Dívida de R$ 1.000 no cartão de crédito rotativo
- Juros: até 14% ao mês
- Após 6 meses: dívida pode ultrapassar R$ 2.300
- Dívida de R$ 1.000 em empréstimo pessoal
- Juros: entre 2% a 6% ao mês (dependendo do banco e perfil)
- Após 6 meses: dívida pode ficar entre R$ 1.100 a R$ 1.350
💡 Conclusão: Empréstimo pessoal, quando bem negociado, custa muito menos que entrar no rotativo do cartão.
Como escolher a melhor opção na prática?
Aqui vai um passo a passo simples para tomar a melhor decisão em momentos de aperto:
1. Avalie a sua situação financeira atual
- Você está negativado?
- Tem dívidas acumuladas?
- Tem previsão de entrada de dinheiro em breve?
2. Calcule o valor exato que precisa
Evite pedir mais do que o necessário. Quanto maior o valor, maiores os juros e o tempo de pagamento.
3. Simule as duas opções
Acesse o app do seu banco e compare os juros do parcelamento da fatura com os juros de um empréstimo pessoal. Algumas fintechs e bancos digitais têm simuladores transparentes.
4. Compare o impacto no seu orçamento
Veja quanto da sua renda será comprometido com o pagamento mensal. Tente manter o comprometimento de crédito abaixo de 30% da sua renda líquida.
5. Escolha a opção com menor custo total
Se o empréstimo oferece menor CET (Custo Efetivo Total), prazo mais flexível e menor risco de inadimplência, ele pode ser a melhor escolha.
Alternativas ao cartão e ao empréstimo
Nem sempre a solução precisa ser crédito. Veja algumas alternativas antes de tomar uma decisão:
💸 Renegociação de dívidas
Tente negociar com os credores antes de recorrer ao crédito. Muitas empresas aceitam reduzir juros ou oferecer parcelamentos melhores.
🤝 Empréstimo com amigos ou familiares
Embora delicado, pode ser uma opção mais barata — mas só se você tiver um bom relacionamento e for honesto com prazos e condições.
📦 Vender itens que não usa
Uma boa alternativa para levantar dinheiro rápido e evitar dívidas desnecessárias.
📅 Antecipar recebíveis
Se você é autônomo, vendedor ou profissional liberal, pode antecipar comissões, salários ou notas fiscais com menos juros do que um empréstimo.
Cuidados importantes antes de contratar um empréstimo
Se decidir pelo empréstimo, fique atento a estes pontos:
- Verifique se a instituição é confiável e autorizada pelo Banco Central
- Leia atentamente o contrato e confira CET, taxas e prazos
- Evite empréstimos com pagamento antecipado de taxas
- Cuidado com golpes e falsas promessas de crédito fácil
Conclusão
Em momentos de aperto financeiro, tanto o cartão de crédito quanto o empréstimo pessoal podem ser ferramentas úteis — desde que usados com consciência e estratégia.
O cartão é ideal para emergências pequenas, quando há organização para pagar a fatura integral. Já o empréstimo pessoal é mais indicado para valores maiores, dívidas acumuladas ou quando o parcelamento da fatura tem juros muito altos.
A decisão deve sempre levar em conta o custo total, a sua capacidade de pagamento e o impacto no orçamento futuro. Se possível, consulte um educador financeiro ou use ferramentas online para comparar as opções.
Lembre-se: o crédito deve ser um recurso pontual, e não um estilo de vida. Usado com responsabilidade, ele ajuda você a enfrentar períodos difíceis sem comprometer o seu futuro.
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