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Nos últimos anos, o mercado de crédito em Portugal tem passado por alterações significativas, impulsionadas por mudanças nas regulamentações europeias, pelas oscilações económicas e pelas novas tecnologias no setor financeiro.

Com 2025 à porta, é essencial que consumidores e empresas compreendam as transformações em curso, os novos requisitos adotados pelos bancos e o impacto dessas mudanças no acesso ao crédito.

Neste artigo, analisamos as principais alterações nas políticas de concessão de empréstimos e o que esperar nos próximos meses.

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Contexto das mudanças no setor de crédito

O setor de crédito em Portugal é influenciado por diversas dinâmicas, incluindo a regulamentação imposta pelo Banco de Portugal e pela União Europeia.

Desde a crise financeira de 2008, as instituições financeiras têm enfrentado maior pressão para garantir práticas responsáveis na concessão de crédito, reduzindo os riscos de incumprimento e protegendo os consumidores.

Com a pandemia de COVID-19 e, mais recentemente, a inflação elevada e o aumento das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE), o cenário tornou-se ainda mais complexo.

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Estas mudanças obrigaram os bancos a reverem as suas políticas de concessão de crédito para equilibrar a necessidade de rentabilidade com a mitigação de riscos.

Requisitos mais rigorosos para 2025

A partir de 2025, espera-se que os bancos portugueses implementem medidas mais rigorosas para avaliar a capacidade de endividamento dos consumidores. Entre os principais requisitos, destacam-se:

1. Taxa de esforço mais restrita

A taxa de esforço, que mede a percentagem do rendimento mensal destinada ao pagamento de créditos, continuará a ser um critério fundamental.

Atualmente, o limite geral recomendado é de 50%, mas há indicações de que este valor poderá ser reduzido para 35% a 40% em determinados casos, especialmente para famílias com rendimentos mais baixos.

2. Aumento das exigências de entrada inicial

Para empréstimos hipotecários, os bancos têm vindo a exigir uma entrada inicial maior, frequentemente superior a 20% do valor do imóvel. Esta medida visa reduzir o risco associado ao financiamento de longo prazo e assegurar que os consumidores têm uma margem financeira para lidar com imprevistos.

3. Verificação mais detalhada da estabilidade financeira

Os bancos estão a investir em ferramentas tecnológicas para analisar não apenas os rendimentos dos clientes, mas também a estabilidade e a previsibilidade desses rendimentos. Contratos temporários ou rendimentos irregulares poderão enfrentar maior escrutínio.

4. Histórico de crédito mais relevante

O historial de pagamentos e o registo de incumprimentos terão ainda mais peso nas decisões de crédito. Consumidores com antecedentes de atrasos ou falhas no pagamento poderão enfrentar dificuldades acrescidas para obter aprovação.

Impacto das taxas de juro e do BCE

Um dos fatores mais determinantes para a concessão de crédito em 2025 será o nível das taxas de juro. O BCE tem vindo a aumentar gradualmente as taxas para combater a inflação, o que encarece os empréstimos.

Empréstimos à habitação e crédito ao consumo tornam-se mais caros, desincentivando o endividamento excessivo.

Especialistas prevêem que, mesmo com a possível estabilização das taxas de juro em 2025, estas permanecerão a níveis elevados comparativamente à última década.

Para os consumidores, isso significa um custo total mais elevado em qualquer tipo de empréstimo, obrigando a maior planeamento e prudência.

Novas regulamentações europeias

Além das medidas nacionais, novas regulamentações da União Europeia irão influenciar o mercado de crédito português.

Entre elas, destaca-se a Diretiva Europeia de Crédito ao Consumo, que será atualizada para abranger modalidades de crédito emergentes, como os serviços de “compre agora, pague depois” (BNPL).

Estas plataformas, cada vez mais populares, estarão sujeitas às mesmas regras de transparência e avaliação de risco aplicadas aos créditos tradicionais.

Outra mudança relevante é o reforço das obrigações de educação financeira por parte das instituições de crédito.

Os bancos serão responsáveis por garantir que os clientes compreendem plenamente os termos dos empréstimos, incluindo taxas de juro variáveis e custos totais do crédito.

Impacto nos consumidores

As mudanças previstas para 2025 terão implicações diretas no acesso ao crédito por parte dos consumidores. Eis algumas das principais dúvidas que os portugueses podem ter:

Será mais difícil obter crédito?

Sim, especialmente para consumidores com rendimentos mais baixos, contratos precários ou histórico de incumprimento. As políticas mais rigorosas visam assegurar que apenas quem possui capacidade financeira sólida terá acesso ao crédito.

O que fazer para aumentar as chances de aprovação?

Algumas dicas incluem:

  • Reduzir a taxa de esforço: Pagar ou consolidar dívidas existentes antes de solicitar um novo empréstimo pode ajudar.
  • Manter um bom histórico de crédito: Evitar atrasos em pagamentos é essencial para construir um perfil financeiro positivo.
  • Apresentar garantias adicionais: Por exemplo, fiadores ou poupanças que demonstrem estabilidade financeira.

Os jovens terão mais dificuldades para obter crédito?

Sim, os jovens podem enfrentar desafios adicionais devido à falta de histórico de crédito e à maior prevalência de contratos precários. No entanto, programas específicos para habitação jovem poderão aliviar parte dessa pressão.

Tendências tecnológicas no crédito

A digitalização continua a transformar o setor financeiro, e em 2025 os consumidores poderão beneficiar de processos mais rápidos e transparentes. Entre as inovações esperadas estão:

  • Análise de crédito com inteligência artificial: Ferramentas que avaliam múltiplos fatores para prever a capacidade de pagamento com maior precisão.
  • Plataformas digitais de comparação de crédito: Ajudando os consumidores a identificar as melhores condições de forma rápida e eficaz.
  • Contratos e assinaturas digitais: Simplificando os processos burocráticos.

Apesar das vantagens, a maior automatização também levanta preocupações sobre a exclusão de consumidores que não dominam ferramentas digitais.

Perspectivas para 2025

Embora as mudanças na concessão de crédito em Portugal tragam desafios, estas também oferecem oportunidades para um mercado financeiro mais equilibrado e responsável.

Consumidores que se preparem adequadamente e adotem práticas financeiras saudáveis poderão beneficiar de um acesso ao crédito mais sustentável.

Para 2025, a palavra-chave será adaptação. Com informação clara e um planeamento financeiro cuidadoso, é possível enfrentar as novas exigências do mercado e garantir a estabilidade económica a longo prazo.

Com um cenário de crédito em constante evolução, manter-se informado é essencial para tomar decisões financeiras acertadas. Fique atento às atualizações e consulte sempre especialistas antes de solicitar um empréstimo.

 

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