80% dos brasileiros inadimplentes já tiveram dívidas antes; veja como evitar ter novamente o ‘nome sujo’
Os elevados juros e a falta de planejamento financeiro continuam sendo grandes desafios para as famílias brasileiras.
A reincidência de inadimplência tem crescido, o que revela não apenas a dificuldade de quitar dívidas, mas também de manter o orçamento equilibrado a longo prazo.
Um levantamento recente divulgado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que 85% dos consumidores inadimplentes em outubro já haviam ficado com o “nome sujo” ao menos uma vez nos últimos 12 meses.
O tempo médio entre uma dívida e outra é de 75,5 dias, ou cerca de dois meses e meio.
Este cenário evidencia a necessidade de uma maior educação financeira para evitar o retorno ao endividamento. No dia 16 de dezembro, o governo federal anunciou mais um mutirão para renegociação de dívidas.
A iniciativa busca dar aos consumidores inadimplentes a oportunidade de regularizar suas pendências financeiras. Porém, tirar o nome do vermelho é apenas o primeiro passo: é fundamental adotar estratégias para não cair novamente na inadimplência.
O cenário da inadimplência no Brasil
Embora o Brasil tenha registrado uma melhora no cenário macroeconômico em 2023, com a redução gradual da taxa de juros e a recuperação do mercado de trabalho, a inadimplência ainda preocupa.
O último relatório do Banco Central (BC) mostrou que o endividamento total das famílias atingiu 48% em setembro de 2023.
Apesar de representar uma leve redução em relação a setembro de 2022, quando o índice era de 48,1%, o número ainda está acima dos níveis pré-pandemia. Para efeito de comparação, em fevereiro de 2020, o endividamento estava em 42,1%.
Esse cenário é reflexo, principalmente, das altas taxas de juros que impactam diretamente o custo do crédito no Brasil. Segundo a especialista em finanças da CNDL, Merula Borges, o endividamento elevado deixa as famílias em uma situação financeira frágil.
“Qualquer novo compromisso no orçamento pode fazer diferença no momento do pagamento, especialmente quando falamos de taxas de juros elevadas no crédito pessoal e no cartão de crédito”, afirma Merula.
A taxa básica de juros do país, a Selic, foi reduzida entre agosto de 2023 e maio de 2024, mas o ciclo de queda foi interrompido em setembro. Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) voltou a elevar a Selic, que hoje está em 12,25% ao ano.
Por que tantos brasileiros voltam a ter o nome sujo?
A reincidência no cadastro de inadimplentes é, em grande parte, resultado de uma falta de planejamento financeiro. Muitas famílias, após quitarem dívidas, acabam contraindo novos débitos sem reorganizar suas finanças, o que gera um ciclo contínuo de inadimplência.
Além disso, os seguintes fatores agravam a situação:
- Uso excessivo do crédito rotativo e do cartão de crédito: Com taxas de juros que ultrapassam 400% ao ano, o crédito rotativo é um dos principais vilões das finanças familiares.
- Falta de reserva de emergência: Sem um fundo para imprevistos, qualquer emergência, como um problema de saúde ou desemprego, pode desequilibrar o orçamento.
- Impulsividade nas compras: Gastos desnecessários e compras por impulso aumentam as chances de endividamento.
Merula Borges alerta que a renegociação de dívidas é uma excelente oportunidade, mas sem mudanças de hábito e um bom planejamento financeiro, o consumidor corre o risco de retornar à inadimplência.
Dicas para evitar cair novamente no ‘nome sujo’
Se você está negociando suas dívidas ou já conseguiu limpar o seu nome, siga estas dicas essenciais para manter suas finanças em dia e evitar novos problemas com o crédito:
1. Faça um orçamento mensal
Anote todas as suas receitas e despesas. Essa prática simples permite ter uma visão clara para onde o dinheiro está indo.
Categorize os gastos, diferenciando as despesas fixas (aluguel, contas de água e luz) das variáveis (alimentação, lazer). Com isso, fica mais fácil identificar cortes necessários e planejar melhor o uso do dinheiro.
2. Monte uma reserva de emergência
A falta de um fundo de emergência é um dos maiores motivos para o retorno ao endividamento.
O ideal é ter, no mínimo, o valor de três a seis meses do custo de vida guardado em uma aplicação de fácil acesso, como a poupança ou um CDB com liquidez diária.
3. Evite o uso do crédito rotativo
O crédito rotativo do cartão é uma das linhas mais caras do mercado, com taxas que podem ultrapassar 400% ao ano. Se não conseguir pagar a fatura integral do cartão de crédito, opte pelo parcelamento em vez de deixar o saldo entrar no rotativo.
4. Priorize pagamentos à vista
Sempre que possível, evite parcelamentos e dê preferência a pagamentos à vista. Além de evitar os juros embutidos, você pode conseguir descontos com os comerciantes.
5. Renegocie dívidas com cuidado
Se você está participando de um mutirão de renegociação ou buscando acordos diretamente com os credores, avalie bem as condições do pagamento. Tenha certeza de que a parcela cabe no seu orçamento e que não comprometerá outras despesas.
6. Use o crédito com responsabilidade
Se for necessário recorrer ao crédito, como empréstimos pessoais ou financiamentos, pesquise e compare as taxas oferecidas por diferentes instituições financeiras. Dê preferência às opções com juros mais baixos, como o crédito consignado.
7. Evite compras por impulso
Antes de fazer qualquer compra, pergunte-se: “Eu realmente preciso disso?” Adote o hábito de planejar as compras, especialmente as de alto valor, como eletrodomésticos e eletrônicos.
Essa simples reflexão pode evitar gastos desnecessários e ajudar a manter o orçamento equilibrado.
8. Acompanhe suas finanças regularmente
Revise seu orçamento semanalmente e acompanhe suas contas. Ferramentas de controle financeiro, como aplicativos e planilhas, ajudam a monitorar os gastos e identificar áreas onde é possível economizar.
Conclusão
A reincidência de inadimplência entre os brasileiros é um problema que pode ser resolvido com disciplina e planejamento financeiro. Renegociar dívidas é apenas o primeiro passo.
Para evitar o retorno ao “nome sujo”, é fundamental mudar hábitos de consumo, criar uma reserva de emergência e adotar estratégias de controle financeiro.
Com organização e pequenas mudanças na rotina, é possível conquistar a tranquilidade financeira e se livrar de vez do ciclo de dívidas.
Afinal, manter as contas em dia não apenas traz alívio para o orçamento, mas também proporciona segurança e qualidade de vida para toda a família.
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